Localizado na Serra da Mantiqueira, o Parque Estadual da Serra do Papagaio (PESP), com 22.917 ha, ocupa parte dos municípios de Itamonte, Alagoa, Pouso Alto, Aiuruoca e Baependi, MG. O parque abriga o pouco que restou da mata atlântica de encosta, matas de araucárias, campos rupestres e campos de altitude. Dentro do parque encontramos vários picos como o Pico do Papagaio ( 2105 m de altitude ) , Pico da Bandeira ( 2357 m ) e o ponto culminante o Pico do Santo Agostinho ( 2380 m ) também conhecido como Pico do Garrafão.
Dentro do parque ha aproximadamente 1200 nascentes , 240 cachoeiras e 28 cânions além de várias trilhas de diferentes níveis de dificuldade que podem ser feitas em um dia e também travessias de até 3 dias.
É final de abril estamos no outono, porém nessas terras altas o inverno parece que já chegou faz tempo e as primeiras geadas começam a queimar a vegetação e as temperaturas negativam com mais frequência até serem quase que diárias em julho.
Minha aventura começou na localidade do Vale do Charco aos pés do Pico Santo Agostinho. Sigo em direção a sede do Parque Estadual da Serra do Papagaio, antiga Fazenda Santa Rita, onde começa a trilha do Vale das Araucárias.
Dentro do parque ha aproximadamente 1200 nascentes , 240 cachoeiras e 28 cânions além de várias trilhas de diferentes níveis de dificuldade que podem ser feitas em um dia e também travessias de até 3 dias.
No inicio entramos na mata fechada e logo encontramos uma mega araucária. |
|
Neste trecho passamos por uma área alagada.
A trilha é bem demarcada e relativamente fácil.
Os pinhões estão espalhados pela trilha.
Um belo exemplar do pinheiro bravo ( podocarpus lambertti ) muito abundante na Serra da Mantiqueira, aparecendo sempre junto das araucárias.
Deste ponto avistamos a casa sede do parque pela ultima vez.
A trilha alterna entre campo aberto e mata fechada por suaves ondulações, sempre acompanhando a margem esquerda do ribeirão do Santo Agostinho, também chamado de ribeirão do Charco.
O interior da mata é repleto de bromélias.
Essa mata possui características nebulares com pequenas árvores de troncos retorcidos.
Aqui a trilha entra novamente na mata fechada até a margem do ribeirão.
Me impressionei ao encontrar esse lindo exemplar de xaxim ( dicksonia sellowiana ). |
É triste imaginar que cortavam o xaxim para a confecção de vasos de planta. Atualmente o xaxim junto com a araucárias estão ameaçados de extinção, graças a exploração inconsciente e irresponsável.
Saindo da mata a trilha sobe por uma elevação onde podemos apreciar um mar de coníferas
Floresta dominada exclusivamente pelas araucárias e o pinheirinho bravo. |
Mais um gigante aparece pelo caminho. |
Algumas araucárias jovens parecendo um pinheirinho de natal enfeitam ainda mais o caminho.
Neste ponto uma placa indica a direção e marca 3,5 km , pouco mais da metade da trilha. |
Ao vencer a subida um lindo bosque puro de araucárias surge na paisagem.
Vejo algumas araucárias gigantescas no interior desse lindo bosque.
O alto dos morros que acompanham a trilha é dominado pelas candeias ( Eremanthus erythropappus ) , espécie comum nas alturas da Mantiqueira. A candeia é muito explorada para a fabricação de perfume e pela durabilidade de sua madeira e isso vem reduzindo suas populações drasticamente, já que tudo que fica fora das reservas vem sendo brutalmente exploradas.
Mais uma vez entramos na mata para apreciar um lindo poço com uma pequena cachoeira. |
Saindo da mata sigo trilha acima até este ponto onde é possível apreciar o poção onde passei minutos atrás.
São milhares de pinheiros nativos
Do alto da trilha com belo visual da mata de araucárias que sobe pelos contrafortes desse magnífico planalto.
A trilha superou todas as minhas expectativas, sendo uma das paisagens mais deslumbrantes com araucárias que podemos encontrar na região sudeste. |
Essa talvez seja a floresta de araucárias mais setentrional do Brasil. Há relatos da ocorrência da araucária nas proximidades de Ouro Preto ( MG ), porém bem isolada não formando floresta. O mesmo acontece na Serra do Caparaó ( MG - ES ) onde a araucária aparece isolada na mata em número bastante reduzido. No sul do estado de São Paulo ( Apiaí, Itararé e Itapeva ) ocorre a araucária porém muito degradada. No município de Cunha ( SP ) a araucária foi introduzida pelo homem e hoje faz parte da paisagem. O mesmo acontece na Serra dos Orgãos ( Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo RJ ), onde a araucária se adaptou muito bem, mesmo não sendo nativa.
Ao descer pela trilha encontramos uma casinha de madeira.
Ao passar pela casinha a trilha volta a subir e o visual da floresta no fundo do vale aparece novamente.
Nesse ponto parei para apreciar o vale e ouvia a gritaria das Gralhas de Topete que habitam essas matas.
A trilha sempre acompanhando a margem esquerda do ribeirão.
Uma enorme queda d'água surge no fundo do vale. |
|
Uma bela surpresa
Uma linda cachoeira com um grande poção no final da trilha do vale das araucárias. E a natureza sempre surpreendendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário